Exposição “Antropofagia do Vermelho”

Gabriel Babolim - 17 de junho à 13 de agosto de 2022

Curadoria
KinJin

Expografia e Montagem
Anna Barreto e CK Martinelli

Programação
Abertura: 17 de junho de 2022
Encerramento: 13 de agosto de 2022
Horários: Seg. a Sex das 10h às 19h
Local: Rua Patizal, 76 - Vila Madalena

 

A Galeria Plexi abre a mostra “Antropofagia do Vermelho” e convida à reflexão sobre a relação mais ampla do ser humano com seu ambiente imediato, global e social. Um termo não oficial usado para descrever o período atual da história da arte em que as ações humanas têm um impacto visível na regulação estética da sociedade contemporânea, uma antítese aos conceitos conservadores que ainda ferem o novo corpo social; afins de se alimentar e manter-se vivo sobre esse corpo composto de micro grupos sociais descritos em legendas da diversidade cultural.

A Antropofagia do Vermelho é um conceito, uma mostra que reúne em respostas dos artistas contemporâneos a diferentes aspectos dos interesses intrínsecos que refletem e servem como expressões pessoais de si mesmo, particularmente focados nas ambições de influenciar o desenvolvimento de estruturas políticas através das suas obras, dando luz sobre as lutas internas pelas quais todos nós vivenciamos. O curador da mostra acredita que a maior guerra vem de dentro. Todo mundo está passando por uma coisa ou outra. Hoje estamos passando por uma constante luta interior. Décadas atrás era tudo sobre duas nações lutando entre si, mas a maioria hoje está passando por tantas diferenças internas, seja nas redes sociais com seus conteúdos efêmeros na busca em criar uma identidade em um determinado segmento social.

O conjunto de obras demonstra de forma visceral a busca pelo inverso das cenas do dia-a-dia, é também reconstruir-se com o que sobra, um relato íntimo de vidas divergentes e suas práticas cotidianas. Muitas das obras vermelhas em exposição remetem ao corpo, esse ser que pulsa na direção do desejo e da insatisfação. Já não se trata de discutir identidade pessoal mas, sim, valores universais.

Distante de um olhar contemplativo e impassível diante das obras, o olhar vermelho insídia o corpo como lugar de conflitos do homem moderno. Ora focando o corpo agredido e o silêncio, como nos trabalhos de Babolim, manifestações do isolamento e expressão dolorosa da liberdade. O conceito visa propor uma narrativa poética e documental que emerge de diferentes perspectivas da imaginação artística. Crises, como a nossa hoje, mostram quão frágeis nossas realidades podem ser e, portanto, são boas oportunidades para aumentar a conscientização para novas ideias, futuristas.

Babolim (1996) é natural e residente em São Paulo, capital. É técnico em meio ambiente (ETEC PJ - 2014) e graduado em artes visuais pela UNESPAR (2018). As obras desse período (2015-2020) ardem como feridas abertas. E é porque realmente as são. Buscou na arte uma maneira de sangrar, como se fazia na medicina medieval, e o faz de forma metafórica e literal simultaneamente. Em sua série VERMELHO resíduos corporais como curativos e tufos de cabelos de diferentes épocas de sua vida mesclam-se às camadas grossas de tinta emplastradas que velam outras imagens por baixo. Em suas produções cerâmicas vemos o barro tomar forma de um corpo deslocado, desmembrado, desalojado; órgãos destituídos de suas funções compõem uma espécie de sistema emocional. A pele que toca, o coração que sente e os ossos que sustentam.